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Opinião

WOODSTOCK: O MAIOR FESTIVAL DE ROCK DO MUNDO

Uma festa de paz, amor e rock'in roll!

WOODSTOCK: O MAIOR FESTIVAL DE ROCK DO MUNDO
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WOODSTOCK – 03 DIAS DE PAZ E MÚSICA

O festival realizado nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, foi um dos maiores eventos culturais do Século XX, sendo considerado até hoje um dos maiores eventos da história da música mundial.

O festival possuía um vínculo direto com a contracultura que se desenvolveu exponencialmente nos anos 1950 e 1960 e, sobretudo, com o principal eixo contra cultural: o Movimento Hippie. Esse festival aconteceu em uma época em que o mundo estava no auge da bipolaridade geopolítica, isto é, na ambiência da Guerra Fria. 

O evento acabou sendo uma reunião histórica de milhares de pessoas reunidas pacificamente (em tempos de Guerra Fria e Guerra do Vietnã) em nome da música. Tudo isso, claro, com shows históricos e muita bagunça.

CONTEXTO HISTÓRICO DO WOODSTOCK E DA CONTRACULTURA

Para entender a importância e a magnitude do Woodstock, é necessário saber que após a Segunda Guerra Mundial houve um surto de desenvolvimento tecnológico voltado para a vida doméstica, sobretudo nos Estados Unidos. Era a época do “American Way Of Life” (o modo de vida americano), que se tornava um modelo para todo o mundo ocidental. Essa época ficou conhecida também como a “era dos eletrodomésticos”. O fato é que, ao mesmo tempo em que havia esse otimismo social ligado ao consumo, os EUA estavam envolvidos em um dos confrontos mais dispendiosos desse período: a Guerra do Vietnã.

A contracultura nasceu como contestação dos jovens ao clima de rivalidade fomentado pela Guerra Fria. A Guerra do Vietnã tornou-se um dos principais alvos desse movimento. As formas de protestos encontradas pelos jovens desse período eram a música, sobretudo o rock'n'roll, e as drogas – principalmente as sintéticas, como o LSD e a mescalina. Por meio do som e das letras do rock e também das performances no palco, a contracultura começou a penetrar a sociedade como um todo.

COMO O FESTIVAL DE WOODSTOCK FOI IDEALIZADO

A ideia do festival surgiu do contato de 04 jovens de pouco mais de 20 anos. 02 produtores musicais e 02 investidores.

Produtores:

  • Michael Lang – 25 anos (que já tinha organizado o bem-sucedido Miami Music Festival). Era considerado um sonhador e idealista, porém muito desorganizado;
  • ArtieKornfield – 27 anos (músico e compositor com mais de 75 canções tocadas em rádios). Ele era vice-presidente de umas das maiores gravadoras dos EUA – CAPITOL RECORDS).

Investidores:

  • John Roberts – 24 anos (herdou uma fortuna do tio que era dono de uma rede de farmácias).
  • Joel Rosenman – 27 anos (um jovem que queria ser músico, mas preferiu seguir a carreira financeira por achar mais seguro e lucrativo).

Michael Lang e Artie Kornfield eram amigos e moravam em Nova Iorque e um dia viram um anúncio nos classificados de um jornal. O anúncio dizia que uma firma de investimentos buscava projetos interessantes. Foi aí que surge os nomes dos investidores.

O projeto de Lang e Artie era de iniciar uma gravadora construindo um estúdio próximo de Nova York, o que fez os investidores mudassem o foco do projeto. Em vez de uma gravadora que tal uma grande festival muito maior que Lang tenha montado até ali.

O projeto então começou a ser posto em prática em janeiro de 1969. Foi um trabalho árduo e difícil pois ao longo de meses muitos conflitos, pois frequentemente Roberts e Rosenman discordavam de Lang que tinha um ritmo de trabalho diferentes.

A ideia original era de montar um estúdio e refúgio para rockstars na cidade de Woodstock, nos Estados Unidos, onde já moravam músicos como Bob Dylan (grande ídolo de Lang). Assim, reuniram-se e fundaram a Woodstock Ventures Inc. e, para bancar a ideia original, resolveram organizar um festival de mesmo nome.

Esperando aproximadamente 50 mil pessoas, os quatro homens alugaram um parque industrial em Wallkill, Nova York e começaram a vender ingressos. Aí que as coisas começaram a dar errado: os cidadãos de Wallkill não queriam um festival de música em sua cidade, que seria cheio de “hippies sujos e gente drogada”.

O próprio Bob Dylan também não ficou muito satisfeito com ideia de acontecer um show na sua cidade. Por isso mesmo não compareceu ao festival.

Fazenda de Bethel

Somente a duas semanas para o início do festival que foi confirmado o local para o evento. O fazendeiro MAX YASGUR o maior produtor de leite da região. Mesmo sendo um cara conservador resolveu alugar por conta dos seus filhos que eram amantes do rock. Pessoas contrárias a realização do evento promoveram uma campanha de boicote ao leite comercializado pelo Yasgur.

Elenco do Festival

Da mesma forma que foi difícil confirmar o local para o evento, também foi muito difícil contratar os artistas para se apresentarem, pois os grandes nomes da música da época tinham desconfianças sobre o festival, com medo de um calote ou até falta de estrutura.

Somente em abril e quase cancelando o festival é que os organizadores conseguiram o primeiro grande nome para o festival a banda CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL. 

INÍCIO DO FESTIVAL 

No dia 15 de agosto de 1969 às 17 horas locais, o músico RICHIE RAVENS subiu ao palco iniciando os três dias do festival.  Ao todo foram 32 artistas participaram do evento, foram eles:

  • Richie Havens abriu o festival e cantou até esgotar seu repertório, chegando a improvisar uma música;
  • A banda de rock psicodélico acabou logo depois do festival devido a um acidente com a vocalista;
  • The Incredible String Band, banda escocesa de psychfolk;
  • Bert Sommer foi um cantor de rock barroco que não conseguiu alavancar a carreira depois de Woodstock. Morreu em 1990, aos 41 anos;
  • Tim Hardin, cantor e compositor de música folk;
  • Ravi Shankar. Chamado de "padrinho da música do mundo", o músico indiano ficou famoso por tocar com os Beatles nos anos 1960. É pai da cantora Norah Jones;
  • Melanie Safka foi uma popstar hippie que faz mais sucesso na Europa do que nos EUA;
  • Arlo Guthrie, cantor folk. Seu maior sucesso, "Alice's Restaurante" virou filme;
  • Joan Baez, cantora de folk e ativista política;
  • Keef Hartley Band. O líder Keef Hartley começou a carreira como substituto de Ringo Starr em uma banda de Liverpool;
  • Country Joe And The Fish, banda de rock e folk, conhecida por seus protestos contra a guerra do Vietnã;
  • John Sebastian, fundador da banda The Lovin' Spoonful;
  • Carlos Santana. O guitarrista mexicano ganhou projeção internacional depois de Woodstock;
  • Mountain, banda que se apresentou no festival, mas ficou fora do filme e da trilha sonora;
  • Creedence Clearwater Revival. A banda de country rock durou de 1967 a 1972, mas seus integrantes já tocavam juntos desde 1959;
  • Janis Joplin já era considerada a rainha do rock androll e melhor cantora de blues de sua geração quando se apresentou em Woodstock;
  • Sly & the Family Stone. A banda californiana influenciou o soul, o rhythmand blues, o funk e o hip-hop nos EUA;
  • The Who. Pioneira da ópera rock, a banda se tornou uma das mais importantes do mundo. 
  • Jefferson Airplane foi a banda pioneira do rock psicodélico;
  • The Grease Band era formada por músicos de apoio de Joe Cocker;
  • Joe Cocker fez uma apresentação consagradora com a música "With a Little Help from My Friends", dos Beatles;
  • Johnny Winter & Edgar Winter. Apesar das carreiras solo, os irmãos cantavam juntos desde a infância;
  • Crosby, Stills, Nash & Young. Formada por integrantes de outras bandas, foi considerado um supergrupo de rock;
  • The Paul Butterfield Blues Band. O gaitista Paul Butterfield foi um dos responsáveis pelo estilo "electric blues";
  • Sha Na Na é uma banda cômica de rock;
  • Jimi Hendrix - nada menos que o melhor guitarrista da história do rock. Morreu em 1970 quando tinha apenas aos 27 anos fez o encerramento do festival.

Os 03 dias programados do festival quase viraram 04 e as 100 mil pessoas esperadas viraram 300 mil. Calcula-se que entre 500 mil não conseguiram entrar no festival. Formou-se um gigantesco engarrafamento fazendo com que muitas pessoas abandonassem seus carros e seguirem caminhando até o festival. O sistema de som foi personalizado e mesmo assim não deu conta, em virtude da grande quantidade de pessoas.

Muita gente que estava em Woodstock preferiu se focar na diversão, mal ouvindo o que estava rolando nos shows. Uma grande tempestade caiu durante o evento transformando o local em um imenso lamaçal. Mesmo com todas as condições adversas ocorreram 32 apresentações incluindo alguns maiores nomes da música.

IMPACTO DO FESTIVAL

Woodstock não foi histórico apenas pela quantidade de pessoas ou pelas relações entre elas, mas porque contou com apresentações musicais de impacto de grandes artistas, e no cinema também. O retrato do festival e sua atmosfera rendeu um filme vencedor do Oscar de Melhor Documentário e indicações a outros dois prêmios.

CONTEXTO POLÍTICO E HISTÓRICO 

Além de ser considerado o primeiro mega festival de música, o que transformou o festival de Woodstock num marco mundial, foi seu contexto político e histórico.

O ano de 1969 foi o ápice das disputas políticas e sociais ocorridas nos EUA naquela época. Nos anos de 1960 ficaram marcados pelos protestos contra a guerra do Vietnã, meio milhão de soldados americanos estavam na guerra, visto cada vez mais como críticas pela sociedade americana.

Foram anos também pela luta dos direitos civis protestando pelo fim da lei de segregação racial. E foi justamente neste período que foram assassinados os lideres Martin Luther King e Malcom X. Essa época também ficou marcada pelo "FOSSO GERACIONAL" termo utilizado para definir uma geração de jovens que possuía uma visão de mundo e hábitos diferentes dos seus pais e avós.

ASTROS QUE NÃO PARTICIPARAM DE WOODSTOCK 

Woodstock ficou eternizado como o mais importante festival de música de todos os tempos. Daí é compreensível que muita gente não entenda porquê grandes nomes já estabelecidos do rock na época como Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan não se juntaram a Jimi Hendrix, The Who e Janis Joplin.

FATOS CURIOSOS DE WOODSTOCK  

Correu tudo na "Paz e Amor" a coisa mais próxima de violência registrada nos três dias de festival foi quando o ativista Abbie Hoffman aproveitou uma pausa do show do The Who para pegar o microfone e fazer um discurso e foi ameaçado por Pete Townshend de quebrar uma guitarrada caso não saísse do palco;

Três mortes foram contabilizadas no festival, duas por overdose e uma por atropelamento.

Woodstock deu prejuízo aos seus organizadores, que investiram US$ 3,1 milhões e arrecadaram apenas US$ 1,5 milhões. Por sorte, a família de um deles, John P. Roberts, era rica e cobriu o rombo, que só seria sanado no começo dos anos 1980.

APRESENTAÇÕES QUE MARCARAM O FESTIVAL 

Jimi Hendrix

Era manhã de segunda-feira, dia 18, quando o guitarrista entrou no palco, diante das cerca de 30 mil almas que tinham resistido com sua banda, a Gypsy Sun and Rainbows. Ele executou sua histórica versão do Hino Americano, repleta de cacofonia para lembrar de toda a convulsão social que varria o país.

Joe Cocker

Atração da tarde de domingo, o cantor inglês tinha lançado seu álbum de estreia meses antes e cantou várias músicas, de Bob Dylan e Traffic. Mas nada foi tão surpreendente quanto a interpretação sanguínea de “With a little help from my friends”, canção apresentada pelos Beatles no disco “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, de 1967.

Santana

Sob o efeito alucinógeno da mescalina, o guitarrista Carlos Santana fez um dos mais célebres shows do festival na tarde de sábado. Ele ainda era relativamente um desconhecido quando subiu ao palco, com sua banda, para tocar seu rock com inclinações latinas. O público se curvou ao seu virtuosismo na guitarra especialmente em “Soul Sacrifice”.

Janis Joplin

Apesar de ter entrado no palco 10 horas atrasada (por volta das duas da manhã de domingo), a estrela do blues-rock fez um show com toda a alma, com direito a uma seção de metais digna dos artistas da gravadora negra Stax. Entre os destaques do repertório, “Try”. “Summertime’ e “Piece of my heart”.

The Who

O papo de paz-e-amor do festival ficou para trás às cinco da manhã de domingo, quando o grupo inglês The Who entrou em cena para tocar o seu rock pré-punk, dedicando boa parte do show às músicas da ópera-rock “Tommy”, seu disco daquele ano. Ao fim, o quarteto mandou uma intensa versão de sete minutos do clássico “Mygeneration”.

Joan Baez

Uma das estrelas principais da primeira noite do festival, a musa da canção folk de protesto acabou só conseguindo começar seu show na manhã de sábado. Mas não perdeu o humor. Depois de dar bom dia ao público, abriu o repertório com “Oh happyday”, antes de embarcar por canções de Bob Dylan, como "I Shall Be Released".

 

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